sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Quinta Organizada (e meio atrasada): Charanga do Flamengo - edição 4

Peço mil desculpas, mas o nosso querido Rodrigo Hasimoto teve uma ressaca de carnaval daquelas e não 'conseguiu' mandar ontem...rs

Mas tudo bem, porque como no Brasil o ano realmente começa pós carnaval, temos um desconto, né?!

Essa torcida merece muito respeito...

  • Edição 4: A primeira torcida organizada do Brasil

O embrião das torcidas organizadas no Brasil foi a Charanga do Flamengo, fundada por Jaime de Carvalho em 1942, por ocasião da realização de um Fla-Flu disputado no Estádio de Laranjeiras. A característica principal da Charanga era que se tratava um grupo de músicos que formaram uma banda que tocava durante as partidas.

Jaime de Carvalho, reuniu um grupo de pessoas e alguns instrumentos, na final do Campeonato Carioca de 1942, Flamengo 1x1 Fluminense em 11/10/1942 nas Laranjeiras, sendo esse o primeiro jogo da torcida organizada. O nome foi um apelido dado pelo famoso locutor, torcedor rubro-negro Ary Barroso comentou em seu programa na Radio Tupi: “ – Me desculpem, mas isso não é banda nem aqui nem no caixa-prego”, a duvidosa qualidade sonora do grupo deu origem ao apelido gaiato de charanga, e o nome pegou, e a Charanga passou a ser a primeira torcida organizada do Brasil.

Um fato curioso é que a Charanga, sofreu alguma resistência por parte do meio esportivo, isto porque a desafinação revelou-se um recurso estratégico não só para apoiar ao time do Flamengo como sobretudo para atrapalhar a concentração dos adversários, já que a Charanga se posicionava estrategicamente atrás do gol adversário, atrapalhando assim o goleiro rival.

Outro fato interessante, aconteceu em um jogo contra a equipe do São Cristovão, quando o Flamengo fez o seu quarto gol, o goleiro do time adversário, perdeu a paciência e foi reclamar com o juiz sobre a torcida, que o perturbava atrás do gol. O juiz ordenou a retirada imediata do local e o caso terminou na justiça desportiva. Além de anular a partida, alguns dirigentes queriam banir a Charanga em definitivo dos jogos. E alguns adversários chegaram a dizer que, aquela bossa de grupos musicais nos estádios do Rio “era a maior chatice descoberta pelo homem”, mas a proibição absurda não foi atendida pelo presidente da Federação Metropolitana de Futebol, Vargas Neto.

O fim da Charanga

No final da década de 60, Jaime adoeceu, teve de enfrentar um quadro clínico de pressão alta e diabete, o afastamento temporário de Jaime da torcida acabou criando uma crise em seu interior, então Pedro Paulo Bebiano, de 18 anos, e um grupo de rapazes decidiu abandonar a Charanga e criar uma torcida à parte, denominada Poder Jovem, que mais tarde viria a se tornar a conhecida Torcida Jovem do Flamengo.

Jaime de Carvalho permaneceria no comando da Charanga até o seu falecimento. Enfermo no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro.

Antes de falecer por um câncer no dia quatro de maio de 1976, Jaime passaria a liderança da torcida à sua mulher, Laura, que manteria ativa a Charanga durante a década de 80.

No final da década de 80 sofrendo com o surgimento de novos tipos de organizadas a Charanga já não mais ecoava como antes e a orquestra deslocou-se para as cadeiras comuns do anel inferior do Maracanã, pouco tempo depois, retirou-se do estádio, limitando sua atuação às partidas amadoras ou aos eventos sociais do clube. Em 2008 a Charanga retorna aos estádios e volta a fazer festa nas cadeiras inferiores do Maracanã.




Por: Rodrigo Hasimoto ainda embriagado...

Um comentário:

  1. E ai Fernanda
    tenho acompanhado seu blog e queria dar os parabéns. É muito bom ver as últimas notícias e acompanhar a história do nosso futebol, que com certeza, é uma arte.
    Valeu

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